Inauguração da Praça Magnólia em Gaspar 23/09/2009
No dia 21, o Comunidade Educativa de Gaspar (SC) inaugurou a Praça Magnólia, um espaço dedicado à leitura. Na ocasião, os colaboradores puderam ouvir histórias, conhecer o projeto Escola Sustentável, desenvolvido em sete instituições da rede de Gaspar, além de assistir a uma apresentação musical dos alunos das escolas Angélica Souza Costa e Mônica Sabel.
O nome da praça foi escolhido devido a uma árvore conhecida como Magnólia, localizada ao lado do quiosque, em frente ao refeitório, local onde será realizado mensalmente o Dia da Leitura.
Você também pode contribuir com este projeto, participando desses momentos, coordenados pela Fundação Bunge, e tornando-se um voluntário. Mais informações podem ser obtidas com a
coordenadora do Comunidade Educativa de Gaspar, Marilda Gimenez Valente, pelo telefone (47)
3331-2482.
Confira abaixo o poema escrito especialmente para o evento. É de autoria de Edson Simon, voluntário e colaborador, da área de Controladoria, em Gaspar:
Magnólia
Enquanto o vento vasculha folhas
Sua impaciência derruba a sombra
E tudo entra na história
Contada sob Magnólia
Lugar onde a fantasia se encontra
E o tempo se perde
Quando a leitura tem hora
Se encanta Magnólia
O conhecimento permanece vivo
Por mais que se queimem livros
Fica tudo guardado na memória
Mas isso, já é uma outra história
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
Jornal Metas - Espaço da SEG 26set2009

O Desafio de ser poeta
Como gosto de desafios resolvi ser poeta (afinal, como e quando alguém se torna poeta?). O drama do poeta iniciante é ter uma publicação, pois nos cobram experiência no primeiro emprego. Ultrapassado esse primeiro obstáculo, ainda é necessária a venda dos livros. Livros de poesia não figuram nas listas de compra desse consumismo contemporâneo desenfreado e nem nas listas dos mais vendidos. A maioria dos grandes poetas não conseguiu ver em vida seus nomes tornarem-se referência. Recordo o mais célebre poeta do nosso estado: João da Cruz e Sousa. Além de todos os desafios que são comuns aos poetas ainda teve que enfrentar o preconceito da época, filho de negros alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Aos oito anos, já recitava versos seus, em homenagem a seu protetor. A despeito da sua educação refinada com a morte do seu tutor teve que trabalhar e novos desafios apareceram e iniciava-se sua grande obra.Em 1885 lançou o primeiro livro, “Tropos e Fantasias” em parceria com Virgílio Várzea. Em Fevereiro de 1893, publica “Missal” (prosa poética) e em agosto, “Broquéis” (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Postumamente, foram lançados seus livros “Evocações” (1898), “Faróis” (1900) e “Últimos Sonetos” (1905), em edições organizadas por Nestor Vítor.Em 1893 casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem tem quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a a loucura. Em 1894, foi diagnosticada a tuberculose que o levou para Sítio (MG), na esperança de uma melhora que não aconteceu. Entretanto, a beleza singular de sua obra superou todos os revezes e atravessa muitas portas fechadas, inclusive as do tempo, porque ainda hoje ler Cruz e Souza é um deleite até para o leitor mais inexperiente.Ou seja, as oportunidades podem nos ser negadas muitas vezes, porém o talento é inegável e esse talento nem o tempo, nem os desafios conseguem abafar nossas palavras. Os desafios para os poetas continuam nas suas mais variadas formas, mas não são capazes de cercear nossas palavras nem nos engessar a ponto impedir novas composições:
Herança
Herança
Os versos ternos
Debruçados no papel
Podem ter um papel eterno
Para aqueles que lêem
Na mesma sintonia
Que os versos têm
O poeta talvez
Nem tivesse
Tal pretensão
Resignado,
Sabe que não é eterno
Mas seus versos serão.
Edson Simon
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