domingo, 21 de fevereiro de 2010

Jornal Metas - Espaço SEG 28nov2009


Mais um filme sobre o fim do mundo


Senhoras e senhores, o fim do mundo será em 2012. Três anos separam a raça humana do seu encontro final. E graças à tecnologia podemos assistir sentados a todos os momentos trágicos. A grande pergunta que deveríamos fazer é: qual o problema se de fato no ano de 2012, exatamente à meia noite do dia 21 de dezembro a terra acabar? Sempre quando surge um filme com a temática destruição total, longas discussões ressurgem.

Esse é o único resultado desse tipo de filme, ressaltar a hipocrisia adormecida e pertencente a nós. No mundo todo, pensamentos sobre um real fim surgiram. Pessoas pensaram ainda sentados na poltrona, e se for verdade, e esqueceram logo depois comendo o famoso sanduíche. Nossa hipocrisia resulta em ficarmos preocupados com um suposto final e esquecermos que somos todos responsáveis pelo colapso já provocado.

Como podemos ficar surpresos afinal, se somos os destruidores? Os ratos consumidores de uma modernidade produtora de lixo e de todo tipo de mazelas. O que podemos ter certeza, é que estamos no caminho certo, haverá destruição. Nosso avanço demonstra o tamanho da devastação. E quando começar, na verdade já começou, não poderemos voltar para casa depois que a tela ficar escura. Deixaremos de pensar para sentir. Nesse sentido, reparto com os leitores um poema onde relato um surpreendente encontro com Cristo, e deixo uma reflexão: será religião o que apenas importa, ou o ser é mais importante?
.
O Cristo Nu

Estou nesse vale, Senhor, e tive medoProcurei a prantos tua presençaCaí, levanteiGritei e o silencio devolveu-me o grito

Estou sujo, a lama do pecado cobre meu corpoNão encontro águaQual é o gosto da água que meus lábios secos esqueceramEsqueceram os lábios o sabor do beijoNão sente mais o corpo, nem frio, sede, desejo

Estou de joelhos e nem a dor purifica!Senhor, levanta esse teu filhoQue triste escuta o vento passar, mas não senteQue procura seguir o brilho da estrelaMas se perde na escuridão da alma
Vejo tua face e não te reconheçoPego em tuas mãos e te percoSenhor! O que queres de mim?
Tirar desse casulo uma borboleta, desse jardim uma florSabes que a terra humana é fértil para o bem e o malPor que ainda esperas que te faça algo?Eu teu prego, tua morte

Estou aqui, SenhorE tu viestes buscar-me na lama do mundo
Tirastes meu corpo do chãoE de teu colo fizestes o repouso de minha cabeçaTeus dedos fecharam meus lábios fracos que suspiravam sem forçaFicastes comigo até meus olhos perderem os seus

Tirastes tua túnica e me cobristes De tuas lágrimas me destes de beber e nu partistes para o paraíso ...
.