por Anísio Lana
Diz-me! Que sonhar ainda é possível Que derrubar o MURO Da desigualdade, da injustiça, não é uma utopia.
Diz-me! Que posso acreditar nos homens que dizem fazer o bem Mais me diz o que faço quando descubro que eles São os tijolos desse MURO pelo qual Entôo um canto de luta E de braços e gente simples Convocando-s para derrubar a muralha perversa.
Diz-me! Faz-me acreditar que o MURO pode ser quebrado E cada pedaço distribuído de igual para igual Diz que a bandeira que levanto e as palavras De ordem gravado no peito Possuem essa força que foi me dado Como o sagrado pão para alimentar A cada dia sofrido, de sol em sol A minha esperança.
Diz-me! Que a esperança ainda possui o poder De fazer enxergar na mesma mesa, Na mesma cidade, no mesmo país A igualdade sendo praticada Onde negros, brancos Sejam uma raça apenas, uma religião Um único partido chamado Brasil.
Diz-me! Que os ideais que construíram as grandes nações Os pensamentos que libertaram povos Que balas que mataram heróis De um sonho-liberdade Ainda resistem, sobrevivem Em uma sociedade onde o ter é mais Precioso que o dom da vida.
Diz-me! Com que cara, com que máscara Que nova ideologia vou plantar em meus irmãos Vítimas da escravatura moderna, De uma nação mentirosa Que os seus pobres desejos De ter uma casa, uma aposentadoria digna Uma educação libertadora, uma velhice E morte descente. São os tijolos que constroem esse MURO Ideologicamente podre, eternamente inquebrável Um MURO feito de homens...
Participa da Antologia Filhos da Luz, Obras selecionadas na V Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – São Paulo.
sábado, 29 de agosto de 2009
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